O segundo suspiro

janeiro 3, 2008

Criado, vivido, morto, fatigado

Na solidão, rondando a noite

Sem esperanças, ali acabado

Longe, a custas de açoite

Chegou o segundo Sol

Apagou as angústias, temor

Encobriu a tristeza bemol

De tons e sem sabor

Sem peles a tocar

E a quem suspirar

Perdido no quarto

Morto, da vida farto

De brisas a romaria

Felicidades nas fazendas

Primeiro de noite, rendas

A se estender ao dia

Finda a procura, Fê

Agraciado em colégio

Em galerias do CCBB

Eis o maior sortilégio

Diga-me meu bem

dezembro 21, 2007

Você sempre esteve nos meus sonhos

Logo que a toquei senti que era você

Venha meu amor me conte sua história

Venha e me tome como seu amor

Qual é a sua história?

Estou aqui sozinho te esperando

Fale-me de amor

Que eu quero você

E quando eu estiver triste

Venha me consolar

Eu preciso tanto de você

Esteja sempre ao meu lado

E vamos caminhar

Em direção ao infinito

Onde os amores se encontram

Lá seremos felizes para sempre

Desejo-te todos os segundos

Aquelas luzes verdes me conquistaram

Desde a nossa inocência que te imagino

Em meus braços

E seus cabelos escorrendo pelo meu peito

Onde você quer ir agora?

É tão difícil de encontrar um amor igual ao nosso

Eu sou o culpado por todo esse amor

Ele explodiu no meu coração

E agora num mundo novo

Com as gramas verdejantes

Vejo uma luz a nos procurar

Onde está aquele amor?

Ele está aprisionado em nossos corações

E precisa ser solto

Não é justo tão belo sentimento ficar preso

Ele precisa ser livre

Feliz e alegre

Para alegrar todos em volta e

Contagiar de amor a cidade

Deixar todos com sorrisos nos rostos

Venha meu bem me conte sua história

E me ame

Intensamente

Para sempre

Post Gigante

dezembro 21, 2007
 
Oito dias

Por oito dias… Caminhamos pela ilha. Mergulhamos em águas límpidas. Ensinei-te a nadar. Beijei-te no mar. Se dependurou em mim, nos abraçamos. Passeamos por trilhas. Avistamos pássaros. Admiramos o verde da mata. Visitamos cachoeiras. Almoçamos comida caseira. Compramos bugigangas. Tomamos chuva bem agarradinhos. Fizemos amor e dormimos encantados. Brincamos na praia e subimos pedras. Enveredamos por caminhos desconhecidos. Visitamos ruínas. Andamos de barco. Tomamos Sol e cuidamos um do outro. Dei-te comida na boca. Beijei-te. Escorregamos em nossos corpos. Suamos e sorrimos.

Como é bom estar contigo.

Fomos felizes por oito dias na ilha que é dos deuses.

 

O Toque

Ainda sinto os dedos longos e rígidos a deslizarem entre os meus.

Envolvendo minha pequena mão. Encaixe perfeito! Intensa surpresa!

As palmas colando-se imanizadas pelo desejo.

Mãos que se buscavam, feito peças de quebra-cabeça já perdidas e esquecidas pelo tempo. Não mais duas, ímpar!

Energia gerada, aquecimento veloz, uma corrente 220v de pura sensualidade.

Dedos que se aninhavam e se possuíam. O todo espalhando radiação, nas veias, percorrendo o corpo, apossando-se d’alma e instalando-se definitivamente nas entranhas.

Transe total! Delírios sensoriais jamais imaginados.

Sabendo-se o final, nada mais importava! Nem mesmo o resvalar ousado no pescoço, este arrogante ponto erógeno com dificuldade se fez presente por um breve e ínfimo momento, sendo-o permitido para não se esvair o encantamento.

O resto? Andar, falar, ver, ouvir….

Nada me lembro! Somente meu coração acelerado e cérebro paralisado!

Eu, em êxtase frenético e furtivo, em derradeiro caos…

Ela

 

Deusa Grega

Nua, decidiu como numa brincadeira se envolver no lençol e traçar contornos de uma fantasia de Deusa Grega. Linda, se admirando no espelho fiquei a admirá-la. Num amplexo, peguei-a e num momento juvenil, me atirei na cama, puxando-a comigo com seu corpo por cima. Abracei-a mais forte com desejos de carinho. Ficamos ali por alguns momentos nos olhando pelo espelho instalado no teto, nos querendo e gostando. Risadas divertidas foram dadas e rolamos pelo colchão bagunçado em alegrias, ternuras e muito amor.

 

Fê – IV

Fazendo o jardim,
Fui pego de surpresa,
Fera a estraçalhar braços e peito
Faiscantes olhos.
Fugi, tentei, voltei.
Feixe de forças espirituais.
Faceira criatura, a passear
Facetas mil, ora feroz, ora suave
Filou o corpo e o coração
Fascinado pela pele, penugem perfeita.
Fazer o quê?
Fina flor de encantos mil

Agora

Quero te inundar de beijos
Sentir teu corpo
Abraçá-lo e sentir te junto a mim
Num abraço apertado perder a noção de tempo
Puxar os sentimentos mais fugidios para dentro do meu ser
Captar as boas vibrações vindas dos céus
Transmitir a ternura dos deuses
Passar o que há de melhor no mundo para você
Poder no amor te dar a alegria mais completa
Fazer-te a mais feliz das criaturas
Tudo e agora!
E sempre!

Rimas de ocasião

Acertou em cheio com essa poesia de Álvares de Azevedo*!
Já não tenho mais medo!
Realmente estou amando e muito.
Sei que na vida é esse o intuito.
Se sou poeta não sei.
Sei que tentei.
Mas, o gosto por poesia e pelas pessoas está em mim.
Em especial por uma, com bochechas em vivo carmim.

* A poesia de Álvares de Azevedo em questão:

“…Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida.
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
– Foi poeta – sonhou – e amou na vida.”

Estarei

dezembro 20, 2007

Quando a manhã chegar
Estarei com a chaleira no fogo
A esquentar a água do nosso café

E depois o teu cor-po a de-cor-ar
Revirar e puxar

Rolar as curvas pelo lençol branco
E o triângulo a focalizar
Objeto do desejo
No carinho do desenho

Quando caminho pelos ares de Copacabana
Lá estou
Pensativo

Nos arredores não tem lugar que
Se visto não é lembrado
Cada momento!
Da felicidade nos instantes.
Intensos

Nas flores, o olhar do verde
A estar no rosto
No corpo, na camiseta
E na calcinha

Buscar sempre
Os teus beijos e você a suspirar
Nos amplexos apertados e no “um”
Querida, amada.

Cairo

dezembro 20, 2007

História em forma de poesia

dezembro 20, 2007
“Ele mal enxerga através das lentes grossas de seus óculos, mas titubeia através do estúdio, à meia-luz do crepúsculo, passando pela janela que se abre para as macieiras em flor, curvando-se sobre a escrivaninha de madeira que guarda seus tesouros.”
 
Quem disse que a história não pode ter lirismo?
 
Trecho do Livro “Antes do Dilúvio” de Otto Friedrich, tradução de Valéria Rodrigues.

Grande Ilha

dezembro 18, 2007

Dos amores
Dos ventos
Dos pássaros
Das chuvas
E dos beijos esfuziantes

Nas trilhas caminhamos pelas matas, pelas grades das fugas impossíveis e dos mares verdes e azuis.

Dos pescadores, ondas, e mar bravio. Espirrando água para todos os lados. Arrepiando as peles transformando o belo em sublime.

Vertiginosamente lembrei
Do helicóptero a transpor a Lagoa

Lembranças do paraíso no êxtase.
Seis dias de aconchego e fricções.
Cabiam mais dois nos sonhos.

Quando o amor surge

dezembro 14, 2007
Na floresta caminhava um ser. De asas, de olhar incrustado e de busca. Agressivo, se tornava um anjo diante das brisas. Parte homem, parte demo e ainda querubim se perdia por entre os arbustos, folhagens e raios de luar.Endurecido pelas agruras da sua vida havia se transformado mais em raivoso do que paciente e terno. Contrariava assim tudo que lhe fora dado pelos pais e de como nascera. Tinha vindo ao mundo para amar, mas não compreendia isso. Afastava-se dos carinhos, do querer bem e do desejar. Seu tempo de Terra se afigurava como sendo contraditório, quanto mais se dava mais sofria. Isso desde o tempo em que um raio lhe atingiu, embaçando suas vistas. O trovão da praia ensurdeceu.

Se refugiou nas árvores, nas cavernas e lá ficou por mais de mil dias. Vivendo de cereais e água se conformou com o destino.

Num último suspiro buscou renascer. Voltou à beira-mar e lá avistou uma alma. De fortaleza aparente, o novo estranho se mantinha de teimoso.

Parecidos, de experiências espirituais e sofrimentos, logo se encaixaram. Nos olhares e no toque. Sensíveis e embrutecidos, faziam do cansaço das tristezas a força do aparecer. Agora ali permaneciam ao som de suaves ventarolas a contemplar o mar. Querer e estar. Construir e amar.

Similaridades

dezembro 3, 2007

Diz a Stãel que os primeiros amores não são os mais fortes porque nascem simplesmente da necessidade de amar. Assim é comigo; mas, além dessas, há uma razão capital, e é que tu não te pareces nada com as mulheres vulgares que tenho conhecido. Espírito e coração como os teus são prendas raras; alma tão boa e tão elevada, sensibilidade tão melindrosa razão tão reta não são bens que a natureza espalhasse às mãos cheias pelo teu sexo. Tu pertences ao pequeno número de mulheres que ainda sabem amar, sentir e pensar. Como te não amaria eu ? Além disso tens para mim um dote que realça os mais: sofreste. É a ambição dizer à tua grande alma desanimada: “levanta-te, crê e ama; aqui está uma alma que te compreende e te ama também”. A responsabilidade de fazer-te feliz é decerto melindrosa; mas eu aceito-a com alegria, estou que saberei desempenhar este agradável encargo.

Trecho de Carta para Carolina – Machado de Assis (2 março de 1868)

Encontro

novembro 10, 2007

Se falas das mãos, digo sobre a alma.
Das almas amorosas, empertigadas de amor
Criaturas de encontros na escuridão
Entregues, completas, sem temor

Dos toques e olhares ternos
Um mundo crível, o externo
Aqui tudo maravilhoso
Envolto em prazer, gozo!

No dormir um encantamento
Jamais sentido e percebido
Totalmente saídos do corpo
Sonhados momentos de vida

Criados na mente, realizados
Em tempos remotos, não! Já!
Venha cá
Venha me amar